Empreendedorismo feminino no mundo das franquias

Dos mais de 49 milhões de empreendedores no Brasil, 24 milhões são mulheres, de acordo com pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Embora ainda pouco abaixo do contingente masculino — 25 milhões —, o empreendedorismo feminino vem ganhando destaque nos últimos anos. Nos negócios que estão em fase inicial, com até três anos no mercado, por exemplo, elas já são maioria.

São mais de 14 milhões de mulheres em fase de construção da própria empresa no Brasil enquanto, do gênero masculino, são cerca de 13 milhões de pessoas. Mas, a verdade é que o caminho trilhado por milhões de mulheres não é simples. O empreendedorismo feminino envolve desafios, ganhos e particularidades — assunto que falaremos agora neste post. Vamos saber mais?

O futuro é feminino

Pesquisa da KPMG sobre as mulheres empreendedoras aponta que as principais motivações que contribuíram para o investimento desse público no próprio negócio são o controle do próprio destino profissional e o conhecimento em áreas que acreditavam ser de alto impacto na sociedade e, portanto, com mais chances de sucesso. Outra motivação é a possibilidade de equilibrar a vida pessoal e a profissional de acordo com a própria vontade.

E o empreendedorismo feminino vai além: diz respeito ao modo como as mulheres enxergam e atuam no mundo dos negócios. Características como sensibilidade, intuição, colaboração e capacidade de resolução de conflitos são essenciais para a motivação de pessoas e equipes em um cenário de crise. Inclusive, habilidades essas que serão essenciais em líderes do futuro.

No entanto, o trabalho duro, o talento para fazer contratações inteligentes e a resiliência para os tempos difíceis também aparecem como essenciais para 60% das mulheres empreendedoras, de acordo com dados da KPMG.

Empreendedorismo feminino nas franquias

No cenário das franquias, a presença do feminino nos cargos de liderança ainda não é maioria. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), em 46% das marcas não há mulheres ocupando posições executivas. Ao passo em que 49% das unidades franqueadas são comandadas por pessoas do gênero feminino. Um desafio, pois a maioria das mulheres está em cargos de supervisão, gerência e operacionais.

No entanto, o empreendedorismo feminino não perde sua força. Uma pesquisa da Rizzo Franchise  divulgada pela Revista Exame sobre o perfil do franqueado brasileiro mostra que as marcas que possuem o comando feminino podem ter até 34% a mais de faturamento. O foco, a determinação e a atenção aos detalhes são alguns dos pontos destacados como diferenciais para o sucesso do negócio.

Inspiração: uma história de mulheres

Um desses casos de sucesso é a trajetória da CEO da Depyl Action, Danyelle Van Straten. A empresa familiar, que está há mais de 20 anos no mercado, é reconhecida pela excelência no cuidado com o pelo, especialista em depilação. E tudo começou a partir de um sonho que, com dedicação, visão e muito trabalho, foi se tornando possível e palpável. 

Assim como a maioria das mulheres que se dedicam ao empreendedorismo feminino, a fundadora da marca, Glaci Van Straten, que é mãe de Danyelle, tinha um sonho e acreditava que podia oferecer algo diferente e inovador para melhorar o desconforto das mulheres no processo de depilação.

Foi, então, buscar na natureza os ingredientes que hoje traduzem cuidado, autoestima e bem-estar para as pessoas. Várias pessoas da família Van Straten se envolveram na criação e distribuição de um novo produto a base de mel e própolis. O que vemos é uma história construída a várias mãos, e principalmente por mulheres que confiaram no próprio sonho e trabalharam duro para que ele se tornasse viável.

Desafios

Além das dificuldades próprias do empreendedorismo, como a carga de impostos, crises e burocracias, as mulheres têm mais alguns desafios a superar. O sexismo, o desestímulo, a educação e o investimento desiguais também fazem parte do dia a dia no empreendedorismo feminino.

Embora 70% das pessoas acredite que a presença igualitária de mulheres e homens nas empresas melhore o desempenho do negócio, o crescimento do gênero feminino nos cargos altos cresceu somente 5% de 2012 a 2016, segundo o Global Gender Gap Report . A dificuldade em ascender de posição nas organizações também gera a sensação de incapacidade para crescer e a baixa autoestima no campo profissional.

A discriminação no universo dos negócios também é expressiva — e os dados comprovam. Nos Estados Unidos, por exemplo, 40% das empresas são comandadas por mulheres, mas somente 8% dos investimentos externos são destinados a esse público.

Dentro das empresas, os homens ainda são considerados mais competentes do que as mulheres quando o assunto é trabalho. E recebem mais por isso. Também nos Estados Unidos, pesquisa realizada pelo Wall Street Journal mostrou que as mulheres ganham salários mais baixos do que os homens em 439 das 449 carreiras analisadas. No cenário global, o gênero feminino precisa trabalhar o dobro para ganhar o mesmo que o gênero masculino.

Um olhar para o futuro

Em quase 40% dos lares brasileiros, a mulher é o papel de referência da família, segundo dados do IBGE. Em dez anos, de 2004 a 2014, mais de 67% assumiram essa chefia da casa. Esse cenário tem a ver com o empoderamento feminino no mercado. No universo das franquias não é diferente: como já dissemos, mulheres franqueadas faturam mais que os homens. E o futuro, permeado por crises e instabilidades econômicas e sociais, pede um olhar feminino: focado, cuidadoso, atento e, claro, capaz.

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